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Capacidade de enfrentar tarifaço dependerá de consolidar novos mercados

Governo cria medidas emergenciais para mitigar impactos de tarifas dos EUA, incluindo apoio financeiro e extensão de prazos tributários. A eficácia dependerá da capacidade de empresas diversificarem seus mercados e reconstruírem suas redes comerciais.

Medida Provisória nº 1.309 foi publicada em 13 de setembro como resposta do governo federal às tarifas adicionais dos EUA.

O texto cria o Plano Brasil Soberano e o Comitê de Acompanhamento das Relações Comerciais com os EUA. Ajustes em:

  • Instrumentos de crédito e seguro
  • Apoio à exportação
  • Extensão de prazos tributários
  • Compras públicas excepcionais

Embora reconhecida a emergência, a aplicação prática das medidas é complexa. Diversificar mercados requer planejamento e não é imediato.

Empresas habituadas a exportar para os EUA terão dificuldades para reestruturar suas redes comerciais. A MP prorroga prazos do drawback e restabelece o Reintegra, com a utilização de até R$ 30 bilhões do superávit do FGE para apoio financeiro.

No entanto, para empresas que exportam 80% da produção aos EUA, o apoio financeiro será insuficiente. Firmas com menor exposição podem redirecionar parte da produção para outros mercados.

A MP permite compras públicas de gêneros alimentícios que não foram exportados, mas é uma solução limitada e não substitui contratos internacionais.

Politicamente, as medidas seguem a linha do presidente Lula, focando em respostas rápidas sem mudanças estruturais na vulnerabilidade do Brasil. O comércio exterior ainda precisará de negociação diplomática.

O impacto da MP varia entre empresas dependentes do mercado norte-americano e aquelas com portfólio diversificado. O apoio pode reduzir prejuízos para as primeiras e ser uma oportunidade para expansão para as segundas.

Em resumo, a MP nº 1.309/2025 oferece instrumentos rápidos de apoio, porém sua eficácia dependerá da habilidade de abrir e consolidar novos mercados.

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