Captação líquida dos fundos de investimento cai 53% em julho ante junho
Captação líquida de fundos de investimento apresenta forte queda em julho, com destaque para a fuga de recursos dos fundos de ações. Renda fixa segue atraindo investidores devido às altas taxas de juros.
Fundos de Investimento encerram julho com captação líquida de R$ 16,7 bilhões. Isso representa um recuo de 53% em relação a junho e mais de 80% em relação ao ano anterior.
No acumulado de 2023, o saldo total é positivo em R$ 25,9 bilhões, mas muito abaixo do cerca de R$ 275 bilhões do mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os fundos de renda fixa impulsionaram a captação, com entradas líquidas de R$ 21,2 bilhões em julho, superando os R$ 10,8 bilhões de junho. Este movimento se deve à Selic elevada, atualmente a 15% ao ano.
Pedro Rudge, diretor da Anbima, afirma que a decisão do Copom de manter a Selic em patamares altos fomenta uma estratégia conservadora entre investidores, tendência que deve se manter até o final do ano.
Os fundos de duração livre com crédito continuam a concentrar aportes, recebendo R$ 14,6 bilhões em julho.
No lado negativo, os fundos de ações lideraram as retiradas, com R$ 5 bilhões em saídas, o maior volume entre as categorias. Em junho, as retiradas já somaram R$ 6 bilhões.
Os multimercados tiveram resgates líquidos de R$ 1,1 bilhão em julho, uma desaceleração em relação aos R$ 7,3 bilhões do mês anterior. No acumulado do ano, retiradas somam R$ 75,9 bilhões.
Entre os tipos de fundos, destaque para:
- Fundos de recebíveis (FIDC): atraíram R$ 2,7 bilhões.
- Fundos de previdência: saldo positivo de R$ 40,4 milhões.
- ETFs: resgates líquidos de R$ 1,5 bilhão.
- Fundos cambiais: captação líquida de R$ 149,3 milhões.
- Portfólios com participações em empresas: entradas líquidas de R$ 268,1 milhões.