Carlos Lupi anuncia demissão da Previdência e negocia substituto com o PDT
Carlos Lupi deixa o cargo em meio a crise de fraudes no INSS. O governo avalia que sua saída é essencial para a reestruturação da Previdência e a manutenção da aliança com o PDT.
Ministro Carlos Lupi anunciou sua demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (2), após pressão interna e crise de imagem devido a denúncias de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS.
A decisão, já antecipada por auxiliares, foi confirmada por Lupi em publicação nas redes sociais, onde agradece a Lula pela confiança. As negociações para sua saída foram coordenadas pela ministra Gleisi Hoffmann, do PT.
O governo indicou que a pasta continuará sob comando do PDT, com dois nomes cotados: André Figueiredo e Wolney Queiroz.
A demissão foi impulsionada por um escândalo da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, revelando descontos fraudulentos que podem acarretar um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Além disso, o Planalto percebeu a dificuldade de Lupi em implementar um “choque de gestão”.
Influentes membros do PDT aconselharam Lupi a retornar à presidência do partido para ajudar na reestruturação da base aliada no Congresso. Enquanto isso, o PDT apresenta divisões internas: uma ala quer romper com o governo Lula, enquanto a outra defende a permanência para garantir espaço político.
No Planalto, a demissão é vista como um passo para recuperar a credibilidade da Previdência e prevenir o agravamento da crise com a instalação da CPI do INSS.