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Casos de nudes falsos se multiplicam e preocupam autoridades: 'crueldade impensável com meninas tão novas'

Adolescentes enfrentam manipulação de imagens com IA em colégios do Rio, gerando impacto emocional e preocupações legais. Investigação revela que meninos adolescentes foram os responsáveis pelo ato, que levanta questões sobre bullying e violência de gênero.

Casos de manipulação de imagens com IA afetam adolescentes no Brasil

A estudante Lara*, de 13 anos, entrou em desespero após receber uma foto onde aparecia nua, gerada por manipulação de imagens. A imagem foi criada a partir de uma foto que ela havia compartilhado no Instagram com amigos e familiares.

Além de Lara, 28 meninas de 13 a 16 anos de escolas de elite na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, também foram alvo de incidentes semelhantes, com a maioria das vítimas no Colégio Santo Agostinho.

Os responsáveis pelas manipulações seriam meninos adolescentes do próprio colégio, e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Rio de Janeiro, que busca identificar os autores.

Especialistas alertam que a facilidade de acesso a ferramentas de IA pode aumentar a ocorrência desse tipo de crime. Estela Aranha, advogada do Ministério da Justiça, afirma que “todas as mulheres são potenciais vítimas” de manipulação de imagens.

A situação é preocupante, pois imagens manipuladas têm aparência muito realista, levando a graves consequências emocionais e psicológicas para as vítimas. Vanessa*, mãe de Lara, comenta que a manipulação não é uma simples montagem e pode afetar o futuro das jovens.

Recentemente, outros casos semelhantes foram reportados em Recife e Belo Horizonte, com adolescentes criando nudes falsos. As escolas estão tomando medidas, como suspensões e transferências, e as vítimas estão recebendo apoio.

Legislação e ações emergenciais estão sendo consideradas para combater esses crimes, refletindo a necessidade de conscientização sobre o uso responsável da tecnologia. Um projeto de lei em discussão poderia incluir pena de prisão para quem cria e compartilha nudez artificialmente.

Esses casos são vistos como uma forma de violência de gênero, já que todas as vítimas são mulheres. A OAB-RJ menciona que isso configura pornografia de vingança e cyberbullying.

A impactação psicológica das vítimas é profunda; a psicóloga Anna Lucia Spear King alerta que isso pode levar a transtornos como ansiedade e depressão.

No Brasil, especialistas pedem que esse tipo de crime não seja tratado como brincadeira e que as escolas e responsáveis por adolescentes prestem atenção nos conteúdos acessados.

O assunto destaca a necessidade urgente de uma abordagem séria e eficaz para prevenir e tratar casos de manipulação de imagens entre adolescentes.

*Nomes alterados para preservar identidades.

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