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CDI ou IPCA? Juro estável e queda de inflação trazem 'pegadinha' para renda fixa

Gestores estão adaptando suas carteiras de renda fixa, migrando de títulos pós-fixados para os indexados à inflação, diante da expectativa de queda nas taxas de juros. Investidores são aconselhados a considerar essa mudança e repensar suas estratégias antes que o mercado ajuste plenamente as novas condições.

A carteira de investimentos em renda fixa enfrenta uma bifurcação:

De um lado, títulos indexados a 100% do CDI, como o Tesouro Selic, rendem 14,90% ao ano, mas espera-se que os juros caiam em 2026.

Do outro lado, a inflação fraca impacta negativamente os títulos atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+. Gestores profissionais estão comprando mais esses títulos para antecipar uma possível alta.

Especialistas recomendam que o investidor repense sua carteira antes que a queda dos juros esteja totalmente precificada. A palavra-chave é prazo; são recomendados títulos com maior duração para quem tolerar a volatilidade.

Projeções indicam que o CDI cairá para 12,40% em 2026, conforme a Selic, estimada em 12,50% pelo boletim Focus. No acumulado do ano, o índice de títulos do Tesouro Prefixado subiu 14,75%, enquanto a cesta do Tesouro Selic teve um ganho de 9,20%.

Marcelo Mattos, diretor do Banco Inter, alerta que o prefixado pode ter maiores riscos. E se a inflação aumentar enquanto os juros caem, os investidores podem perder dinheiro.

Gestores têm trocado títulos CDI+ por IPCA inesperadamente. No Banco Inter, a alocação de Tesouro IPCA+ nos fundos conservadores subiu de 0% para até 10% no ano.

Apesar da performance inferior dos títulos atrelados ao IPCA, Natália Coura da gestora Sparta acredita em uma recuperação, sugerindo que investidores destinem ao menos 20% da carteira em ativos indexados à inflação.

A migração para ativos IPCA varia conforme o perfil do investidor. Para prazos de até 5 meses, continua recomendável o CDI. Já para prazos de 6 a 7 anos, títulos do Tesouro e crédito privado são sugeridos.

Alexandre Freitas, da Oliveira Trust, propõe mudar o foco de pós-fixados para títulos com taxas fixas que permitam "travar" uma rentabilidade em um ciclo de queda de juros.

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