Celso Amorim espera 'o pior' com EUA na guerra com Irã e diz que tentar mudar regime vai gerar 'caos pior que no Iraque'
Em entrevista à BBC News Brasil, o embaixador Celso Amorim alerta para os riscos de uma intervenção dos EUA no Irã, que poderia provocar cenários caóticos como os vividos no Iraque e na Líbia. Ele também expressa pessimismo sobre a escalada do conflito e a impossibilidade do Brasil intermediar a situação atual.
Ambiente Tenso no Oriente Médio: O embaixador Celso Amorim alertou em entrevista à BBC News Brasil que uma tentativa dos EUA de mudar o regime no Irã poderia resultar em caos, semelhante às intervenções no Iraque e Líbia.
Justificativas Questionadas: Amorim considera a alegação de Israel e EUA sobre o Irã desenvolver armas nucleares como insustentável, e a situação se torna mais grave com o envolvimento americano.
Comparações Históricas: Ele compara a crise atual à crise dos mísseis de 1962, ressaltando uma possível escalada de violência que afeta a ordem internacional.
Conflito em Escalada: Considera os ataques iranianos a bases americanas como reações previsíveis e expressa pessimismo quanto ao desfecho da crise. Amorim teme um impacto significativo no preço do petróleo se o Irã fechar o Estreito de Ormuz.
Reunião dos Brics: A crise será discutida na cúpula dos Brics, de 5 a 7 de julho no Rio de Janeiro, onde Amorim afirma que o que está sendo atacado é a ordem internacional.
Brasil sem Papel de Mediação: Apesar de ter mediado um acordo nuclear no passado, Amorim afirma que o Brasil tem "zero chance" de intermediar uma solução neste conflito atual, especialmente após a mudança de postura dos EUA.
Posição do Brasil: O governo brasileiro condenou publicamente os ataques aéreos dos EUA e de Israel ao Irã, em desacordo com a posição do G7, mas considera válida a existência do Estado de Israel conforme a ONU.