Celulose no Brasil: como infraestrutura e projetos locais podem mudar o jogo
Projeções indicam que a demanda por celulose continuará elevada na China, apesar das dificuldades de suprimento local. O Mato Grosso do Sul se destaca como líder na exportação brasileira, com investimentos significativos previstos para aumentar a capacidade de produção.
A produção integrada na China deve manter a demanda por celulose de mercado alta a curto prazo, mas a escassez de cavacos de madeira torna as importações essenciais, segundo a XP Investimentos.
A China responde por 40% da demanda global, especialmente no setor de papel tissue. A América Latina, com 40% da oferta, se destaca no custo de produção, especialmente na celulose de fibra curta. A XP projeta um crescimento moderado da demanda global, com taxa de 1,6% ao ano entre 2023 e 2028.
A produção latino-americana de celulose deve crescer de 54 para 81 milhões de toneladas entre 2014 e 2024, com uma tendência de alta superior a 11 milhões de toneladas de 2028 a 2032. O sucesso desse crescimento depende de disponibilidade de terras, logística e infraestrutura portuária.
O Mato Grosso do Sul se tornou o maior exportador de celulose do Brasil, com uma nova fábrica prevista para produzir 2,5 milhões de toneladas exigindo um investimento de US$ 5,4 bilhões. A área plantada de eucalipto no estado dobrou em dez anos e pode chegar a 3 milhões de hectares até 2032.
Para atender à demanda crescente, mudanças são necessárias nos terminais portuários. O Porto de Santos, responsável por 40% das exportações brasileiras, deverá receber investimentos para ampliar sua capacidade. 62% das exportações de celulose são destinadas à China.
A Rumo (RAIL3) projeta crescimento no transporte ferroviário de celulose após 2025, com a conclusão de novos projetos. Recentes mudanças na operação visam melhorar a eficiência. Apesar do crescimento, a XP vê a valorização das ações da Rumo como modesta.
Entre os projetos de transporte ferroviário estão conexões entre plantas e a rede da Rumo, que estimam aumentar o volume transportado em 6% e o Ebitda em 4%. O retorno interno estimado para esses volumes adicionais é de 16%.
A XP recomenda as ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) no setor de papel e celulose, e destaca a Rumo (RAIL3) no segmento de transporte, considerando o crescimento esperado na movimentação de carga.