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Cenário ‘incômodo’: por que o Banco Central projeta inflação fora da meta até 2027?

Banco Central prevê inflação elevada até 2027, com risco de descumprimento da meta em 2023. Presidente Gabriel Galípolo admite um cenário econômico desafiador com juros altos e atividade em desaceleração.

Banco Central projeta inflação próxima de 3% apenas em 2027. Mesmo com a Taxa Selic elevada, o BC prevê 70% de risco de inflação acima de 4,5% no fim deste ano, aumento de 50% anteriormente.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reconheceu que o cenário econômico é “incômodo”, com juros altos, inflação alta e desaceleração da atividade.

O relatório do BC atualiza as projeções do IPCA até o terceiro trimestre de 2027: metas de 5,1% para 2025 e 3,9% para 2026, considerando Taxa Selic de 15% no fim deste ano e 12,50% em 2026.

Em relação a 2024, o BC deve descumprir a meta de inflação, obrigando Galípolo a explicar-se ao Ministério da Fazenda.

A Taxa Selic atual é de 14,25%, o maior nível desde 2016. Um novo aumento pode deixá-la em seu patamar mais alto desde 2006. O juro real deverá ser 9,4%, quase o dobro do neutro (5%).

Galípolo afirmou que o BC está “tateando” para garantir que as expectativas de inflação converjam para a meta dentro de 18 meses. Aumento de juros não tem impacto imediato, portanto, o BC monitora seus efeitos.

O BC revisou a projeção de crescimento do PIB de 2,1% para 1,9% em 2025, refletindo os impactos da política monetária em setores sensíveis.

A combinação de inflação alta, juros crescentes e desaceleração da atividade gera um cenário “incômodo”. Galípolo comentou sobre o novo consignado privado e sua eficácia.

O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Souza Leal, destacou que o BC permanece firme na alta de juros e que a inflação só deve convergir para a meta em 2027.

Sobre sua interação com políticos, Galípolo afirmou que não acredita que isso atrapalhe seu trabalho.

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