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CEO da Americanas vê fim de recuperação judicial em 2026 e retoma aposta em crédito

Após registrar seu primeiro Ebitda positivo desde a crise, a Americanas revela planos de recuperação e otimização de operações. A varejista está em busca de compradores para ativos estratégicos enquanto se prepara para encerrar o processo de recuperação judicial em 2026.

Americanas (AMER3) reporta primeiro Ebitda positivo de R$ 94 milhões após rombo contábil de R$ 25 bilhões e pedido de recuperação judicial.

A empresa, em recuperação desde janeiro de 2024, espera concluir o processo até o primeiro semestre de 2026.

Em entrevista à Bloomberg Línea, a alta administração delineou as estratégias de recuperação, incluindo:

  • Venda de ativos como Hortifruti e Natural da Terra;
  • Fechamento de lojas deficitárias;
  • Relançamento do cartão de crédito;
  • Descontinuação da fintech Ame.

O Ebitda positivo foi impulsionado pelas vendas da Páscoa (R$ 1,2 bilhão) e um acordo com a Receita Federal que resultou em desconto de R$ 500 milhões na dívida.

O plano de recuperação judicial homologado em fevereiro de 2024 prevê a redução da dívida bruta de R$ 40 bilhões para R$ 1,9 bilhão, com caixa líquido de R$ 2 bilhões.

Atualmente, a Americanas possui 1.521 lojas e busca realocar operações para locais com maior potencial de vendas. A meta é operar entre 1.450 e 1.500 lojas.

A CFO Camille Loyo Faria esclareceu que ativos não serão vendidos a qualquer preço, reiterando que o Citi atua como assessor financeiro neste processo. A empresa relançou o cartão de crédito em parceria com a Brasil Card e planeja introduzir o crédito direto ao consumidor.

As ações da Americanas registram queda de 8% em 2025 e 87% em 12 meses, mas há sinais de interesse renovado dos investidores institucionais.

A controladoria continua com os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que devem manter pelo menos 50% da companhia por três anos.

A reputação da empresa, abalada por um esquema de maquiagem de balanços, é uma prioridade a ser reconstruída após o pedido de recuperação judicial.

Atualmente, a Americanas está avaliada em R$ 1,1 bilhão na B3.

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