CEO da Nestlé diz que seu antecessor 'enfraqueceu a estrutura' da empresa
Freixe critica a estratégia de diversificação de seu antecessor e afirma que a Nestlé deve focar em seus negócios principais para reverter a queda nas vendas. Ele nega a adoção de grandes aquisições e enfatiza a necessidade de revitalização interna para enfrentar os desafios do mercado.
CEO da Nestlé, Laurent Freixe, criticou a estratégia de diversificação de seu antecessor, Mark Schneider, afirmando que a mesma "enfraqueceu a estrutura da empresa".
Em entrevista ao Financial Times, Freixe descartou grandes aquisições ou vendas de ativos para crescimento.
Freixe, que assumiu em agosto de 2022, enfatizou que a ênfase em novas categorias negligenciou os pilares do negócio, como café e comida para pets.
Ele ressaltou: "Perder participação no core e enfraquecer a estrutura da organização não é uma proposta vencedora."
Schneider, apenas o segundo CEO externo da história da Nestlé, buscou reposicionar o portfólio da empresa para categorias mais saudáveis.
A saída de Schneider ocorreu em meio a um crescimento lento e conflitos com a cultura corporativa da Nestlé.
Desde sua chegada, Freixe promove uma recentralização das operações e traz líderes regionais de volta à sede.
Apesar de aumentos de preços em outras empresas, Freixe vê fatores como demanda fraca e forte concorrência como mais relevantes.
Em 2023, a Nestlé enfrentou uma queda no volume de vendas: crescimento orgânico caiu para 2,2%, comparado a 7,2% em 2022, e o lucro líquido recuou 2,9%.
Diferente de concorrentes, Freixe prefere revitalizar o negócio principal da Nestlé a vender marcas com desempenho fraco.
Embora analistas questionem a manutenção de negócios deficitários, Freixe advertiu que a empresa não tem interesse em ser menor do que é.
Ele está aberto a se desfazer de marcas não competitivas, como a água mineral.
Recentemente, a Nestlé foi implicada em um relatório sobre filtragem ilegal em água mineral, mas garantiu a segurança dos produtos.
Freixe reduziu a meta de margem operacional para "pelo menos 17%" e planeja um corte de custos de US$ 2,8 bilhões.
Além disso, Freixe não acredita que medicamentos para perda de peso estejam afetando as vendas, destacando novos produtos voltados a este público.
A nomeação de Robert F. Kennedy como secretário de Saúde dos EUA pode trazer desafios à Nestlé, que depende de produtos ultraprocessados.
Freixe afirmou que a empresa está "muito alinhada" com a missão de qualidade alimentar de Kennedy.