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CEO do escritório que processa BHP por £ 36 bi deixa o cargo

Mudanças na liderança do escritório Pogust Goodhead ocorrem em um momento crítico para a ação coletiva contra a BHP. A expectativa recai sobre a decisão judicial iminente sobre a responsabilidade da mineradora na tragédia de Mariana.

Advogado Tom Goodhead, fundador do escritório Pogust Goodhead, foi afastado do cargo de CEO em um momento crucial, responsável por uma ação coletiva de 36 bilhões de libras contra a mineradora BHP.

A substituição ocorre após tensões com o fundo americano Gramercy, que financia o processo reivindicatório às vítimas da tragédia de Mariana (MG).

Conforme um memorando interno do escritório, Goodhead está "de licença" e Alicia Alinia assumiu interinamente. A mudança vem enquanto o escritório espera uma decisão importante relacionada ao rompimento da barragem de Fundão, em 2015, que deixou 19 mortos e causou danos ambientais severos.

A barragem era operada pela Samarco, joint venture entre a BHP e a Vale, que enfrentam processos judiciais em diversos países. O Pogust Goodhead representa cerca de 640 mil vítimas no Reino Unido.

A 1ª fase do julgamento sobre a responsabilidade da mineradora foi concluída em março de 2025. A juíza Finola O’Farrell preside o caso no Tribunal de Tecnologia e Construção da Alta Corte de Londres. A decisão será divulgada nos próximos meses.

A 2ª fase do processo começará em outubro de 2026, visando quantificar danos e indenizações se a responsabilidade da BHP for confirmada.

O fundo Gramercy investiu mais de 450 milhões de libras no processo, um dos maiores aportes em litígios coletivos. Apesar do investimento, o memorando ressalta que os financiadores “não são membros do conselho”.

O conselho do Pogust Goodhead foi reformulado, agora incluindo Howard Morri e Joseph Moreno. Tom Goodhead permanece no conselho.

Alicia Alinia afirmou em comunicado que o novo conselho garantirá a administração clara, justa e eficaz da empresa.

O Poder360 buscou contato com o escritório, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem. A BHP também foi procurada e não fará comentários.

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