Cessar-fogo ou não, o mundo está 'nadando em petróleo'; entenda a queda nas cotações
Mesmo com tensões geopolíticas, a produção de petróleo no Golfo Pérsico atinge novos picos, resultando em uma oferta excessiva. O preço do barril cai abaixo de US$ 70 devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, especialmente no contexto da guerra recente entre Israel e Irã.
Após a guerra, o mercado de petróleo enfrenta um excesso de oferta. Enquanto a histeria sobre o fechamento do Estreito de Ormuz dominava, uma onda de petróleo bruto do Golfo Pérsico se formava.
O preço do barril Brent está abaixo de US$ 70, mesmo após acusações entre Israel e Irã sobre cessar-fogo, com a demanda sazonal de verão no Hemisfério Norte como último obstáculo antes do excesso de oferta se evidenciar.
A “Guerra de 12 Dias” entre os dois países pressionou os preços para baixo, agravando o desequilíbrio entre oferta e demanda para 2025 e 2026. O caos geopolítico impacta negativamente o crescimento do consumo de petróleo, especialmente no Oriente Médio.
Pico de produção no Irã: Fotos de satélite indicam que o Irã estará bombeando acima de 3,5 milhões de barris por dia neste mês, uma leve alta em relação a maio, apesar dos bombardeios.
O presidente Donald Trump não quer que os preços passem de US$ 70 e acredita em negociações com o Irã, o que torna improvável o endurecimento das sanções.
Enxurrada de petróleo: Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Emirados Árabes Unidos estão aumentando a produção, com a Arábia Saudita prevendo fornecer 9,6 milhões de barris por dia em junho, o maior nível em dois anos.
Exportações fortes do Iraque e dos Emirados Árabes Unidos também estão contribuindo. A produção de xisto nos EUA, beneficiada pelo aumento recente de preços, pode se manter forte enquanto os preços estiverem acima de US$ 60.
História como guia: Conferindo os eventos após as guerras do Golfo de 1990 e 2003, o fluxo de petróleo tende a aumentar após conflitos, e o cenário atual indica que há mais petróleo disponível do que o necessário.