Chamado de 'burro' por Trump, Powell diz que corte de juros nos EUA pode esperar
Powell afirma que Fed precisa de mais tempo para avaliar os impactos das tarifas sobre a inflação. O presidente do banco central rejeita pedidos de cortes nos juros por parte de Trump, citando incertezas econômicas.
Jerome Powell, presidente do Fed, declarou que o banco central dos EUA precisará de mais tempo para avaliar o impacto do aumento das tarifas na inflação antes de considerar cortes de juros, como requer o presidente Donald Trump.
Em depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Powell frisou que “os aumentos nas tarifas este ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”. Ele destacou que os efeitos inflacionários podem ser temporários ou mais duradouros.
Powell reiterou a decisão do Fed de manter a taxa de juros básica na faixa de 4,25% a 4,5% e não indicou cortes iminentes. O depoimento ocorre após Trump criticar Powell, chamando-o de "burro" e exigindo uma redução de juros de 2 a 3 pontos percentuais.
Novas projeções do Fed indicam a possibilidade de dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano, com expectativas de um primeiro corte em setembro. Diretores do Fed mencionaram que os juros poderiam cair já em julho, mas ainda há preocupações sobre uma possível intensificação da inflação.
Trump, que nomeou Powell, deverá substituí-lo em maio de 2026. Apesar das críticas, Powell consolidou alianças no Congresso, recebendo elogios por sua condução do banco central.
Powell também mencionou que a economia está em boa posição, com a taxa de desemprego baixa e inflação contida. Os próximos passos das políticas comerciais ainda são incertos, especialmente com o prazo para tarifas mais altas se aproximando.
O presidente do Fed prestará depoimento no Congresso novamente nesta quarta-feira (25).