Chance de nova alta da Selic é baixa e decisão mostrou BC mais ‘confiante em seu cenário’, avalia Principal
Banco Central indica confiança no cenário econômico ao elevar juros e vislumbra baixa probabilidade de novas altas. Economista sugere que investidores podem antecipar cortes de juros, apesar da política monetária contracionista.
Copom eleva a Selic para 15%, com um aumento de 0,25 ponto percentual. A comunicação da decisão indica que a chance de novas altas é “baixa” e que o Banco Central (BC) está mais “confiante” em seu cenário, segundo a economista-chefe da Principal Asset Management, Marcela Rocha.
A economista observa que o BC percebe sinais de desaceleração e que a política monetária está impactando o balanço das empresas e o mercado de crédito. Apesar de dados recentes não serem conclusivos, o BC se sente mais confortável para as decisões futuras.
A decisão de interromper o ciclo de alta foi uma surpresa, mas o BC promete uma política “significativamente contracionista” por longo tempo, sem hesitar em subir os juros novamente. Rocha indica que isso gera espaço para o mercado discutir cortes de juros antes do esperado, que é no começo do ano que vem.
Atualmente, a curva de juros sugere que os cortes devem iniciar no início de 2024, mas a economista acredita que isso possa acontecer antes, devido ao desafio que o BC enfrenta.
Rocha destaca que, para o BC elevar os juros novamente, seriam necessárias surpresas positivas em relação ao crescimento econômico. O comunicado do Comitê menciona que os indicadores ainda mostram algum dinamismo, mas com moderação no crescimento.
A economista aponta que o real pode continuar a se apreciar frente ao dólar, apoiado pelo fenômeno do carry e por uma desvalorização global do dólar. A questão do IOF não afetou as contas públicas até o momento.