Chanceler da Colômbia pede demissão do governo Petro após 'diferenças' com o presidente
Renúncia de Laura Sarabia evidencia a instabilidade no governo de Gustavo Petro, que já soma mais de 50 mudanças ministeriais em três anos. A saída da ex-chanceler, envolta em desavenças sobre contratos de passaporte, acentua as tensões internas da administração.
Ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia, renuncia em 3 de outubro após desavença com o presidente Gustavo Petro sobre contrato milionário para emissão de passaportes.
A saída de Sarabia, figura influente no governo, intensifica a crise que já resultou em mais de 50 mudanças ministeriais em três anos.
Em carta, ela alegou “decisões que não compartilho” e ressaltou sua dificuldade em continuar no projeto governamental por “coerência pessoal e respeito institucional”.
A relação entre Sarabia e Petro havia deteriorado devido a desacordos, incluindo a entrada do atual ministro do Interior, Armando Benedetti, denunciado por Sarabia.
A ex-chanceler teve um forte desentendimento com a Presidência sobre a renovação do contrato com a empresa Thomas Greg & Sons, responsável pela emissão de passaportes. Sarabia defendia a prorrogação do contrato, enquanto Petro e seu secretário privado, Alfredo Saade, queriam romper a parceria.
O contexto revela uma disputa interna que já resultou na remanejamento de dois dos três chanceleres atuais. O governo mantém uma postura de oposição a licitações com “oferentes únicos”.
Sarabia expressou preocupação sobre a falta de um acordo formal com Portugal para a produção de passaportes. Saade, no entanto, garantiu que a Colômbia não ficará sem passaportes.
Aos 31 anos, Sarabia teve uma rápida ascensão no governo de Petro, porém sua influência gerou desconforto entre aliados e membros do Gabinete.
O governo enfrenta fragilidade política, resistência do Congresso e desgaste crescente. O impasse sobre os passaportes expõe as fraturas dentro da coalizão petrista.