China acelera gastos orçamentários para enfrentar problemas com tarifas de Trump
China aumenta gastos públicos no primeiro trimestre para impulsionar a economia em meio a desafios externos. Aumentos nas tarifas dos EUA e uma crise imobiliária pressionam as autoridades a implementar medidas de estímulo.
A China aumentou os gastos do governo no primeiro trimestre de 2023, crescendo 5,6% em relação ao ano anterior, totalizando 9,26 trilhões de yuans (US$ 1,3 trilhão). Este é o maior avanço para um primeiro trimestre em três anos, com 22% dos gastos anuais realizados nos três primeiros meses.
A medida ocorre em meio à queda na demanda externa devido à guerra comercial com os EUA, que pode reduzir as exportações chinesas. Os economistas projetam uma desaceleração no crescimento no segundo trimestre, com as previsões de crescimento sendo rebaixadas para 4% ou menos — abaixo da meta do governo de cerca de 5%.
As autoridades chinesas estão focadas na implementação de medidas de apoio anunciadas recentemente e possuem mais ferramentas para estímulos, se necessário. O economista Lisheng Wang, do Goldman Sachs, destaca uma mudança na política fiscal, que deve se tornar um motor de crescimento, apesar de choques externos.
O banco central da China pode reduzir as taxas de juros e aumentar a emissão de dívidas, buscando aliviar a pressão sobre a economia. Também há propostas de aceleração nos pagamentos de restituições de impostos, o que representou 11% das exportações no último mês.
A crise no setor imobiliário ainda afeta as receitas do governo, com vendas de terrenos caindo 16,5% e um déficit orçamentário ampliado em 41%, resultando em 2,3 trilhões de yuans. A arrecadação de impostos caiu pelo segundo mês consecutivo, levando a um total de 6,94 trilhões de yuans no primeiro trimestre.