China critica maior exercício militar de Taiwan; tensão chega à Otan

Governo de Taiwan inicia o maior exercício militar de sua história, a partir de quarta-feira (9), simulando uma tentativa de invasão da China.

Os jogos de guerra Han Kuang são anuais desde 1984 e, este ano, convocam 22 mil reservistas, sendo 7.000 a mais do que o habitual, além de mobilização civil.

Serão testadas táticas para repelir desembarques, bloqueios e invasões aéreas. Mísseis americanos do sistema Himars serão usados com munição real durante os dez dias de exercícios.

Pequim, que vê Taiwan como uma província rebelde, desqualificou as manobras como "blefe", enfatizando que Taiwan não pode resistir à força militar chinesa.

A tensão entre Taiwan e a China remonta a 1949, após a derrota do governo nacionalista. O atual presidente taiwanês, Lai Ching-te, assumiu em 2024 com uma plataforma anti-Pequim.

O líder chinês, Xi Jinping, indicou que a nação deve estar pronta para uma ação militar em 2027. O aumento das atividades militares simulando invasão cresceu 300% desde o ano passado.

Além disso, o presidente Lai busca apoio político para fortalecer seu governo por meio de um "recall" eleitoral contra 26 deputados da oposição.

Os Estados Unidos, aliados de Taiwan, continuam a especular sobre uma possível guerra caso ocorra uma invasão chinesa, mesmo com a política de "uma só China" reconhecida desde 1979.

Recentemente, Mark Rutte, secretário-geral da Otan, expressou temor de que a China peça apoio à Rússia durante uma eventual invasão. Essa declaração foi criticada como alarmista.

A tensão entre as potências se intensifica, com a Alemanha convocando o embaixador chinês após um incidente envolvendo um avião militar alemão, refletindo um clima de insegurança crescente na região.