China estuda limitar exportações para acalmar Trump, diz Wall Street Journal
China considera limitar exportações para os EUA como estratégia de negociação. A proposta visa reduzir tensões comerciais e encontrar oportunidades de investimento em setores afetados nos Estados Unidos.
China considera restringir exportações de produtos como veículos elétricos e baterias para os EUA, visando reduzir tensões comerciais com o presidente Donald Trump.
Informações exclusivas do The Wall Street Journal indicam que autoridades chinesas sugerem assimilar uma estratégia semelhante à do Japão nos anos 1980, que optou por impor limites voluntários às exportações de automóveis.
Essa abordagem é vista como uma forma de evitar tarifas pesadas e permitir que montadoras cobrem preços mais altos, como ocorreu na época.
Conselheiros do governo chinês afirmam que as restrições voluntárias de exportação (VERs) poderiam ser utilizadas em futuras negociações com Trump, em troca de oportunidades de investimento nos setores afetados nos EUA.
Pequim busca essa estratégia em um momento de crescimento econômico fraco e diante da perspectiva de um segundo mandato de Trump, que já aumentou tarifas sobre produtos chineses.
No entanto, a adoção de VERs não implica mudança na política industrial chinesa, que continua focada na produção voltada para exportação, conforme destacam autoridades locais.
O economista Doug Irwin comenta que o uso de tarifas por Trump pode tornar a China mais receptiva a essas restrições, mas que tais medidas provavelmente não reequilibrarão o comércio, devido ao superávit de US$ 295 bilhões que a China possui com os EUA.
Desafios incluem a fiscalização das restrições e o uso de países terceiros por empresas chinesas para acessar o mercado americano.
Por enquanto, a China aguarda a revisão da relação econômica ordenada por Trump, que será apresentada em abril, e que pode influenciar as negociações comerciais com os EUA.