China injeta estímulo monetário “tático” antes de reunião com os EUA sobre comércio

PEQUIM (Reuters) – A China anunciou, nesta quarta-feira, medidas de estímulo econômico, incluindo cortes nas taxas de juros e uma grande injeção de liquidez, para enfrentar os danos da guerra comercial com os EUA.

Os anúncios ocorreram após a confirmação de um encontro entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio, Jamieson Greer, com a principal autoridade econômica da China, He Lifeng, na Suíça, neste fim de semana.

Essa será a primeira oportunidade para reduzir tensões sobre tarifas, que têm impactado os mercados globais e as cadeias de suprimentos.

A economia chinesa já mostra sinais de contração, com a atividade industrial caindo em abril no ritmo mais rápido em 16 meses. As tarifas também preocupam o mercado de trabalho e intensificam as pressões deflacionárias.

O banco central da China anunciou:

• Corte de 10 pontos-base na taxa de juros de referência para 1,40%, a partir de 8 de maio;
• Redução de 50 pontos-base na taxa de compulsório, liberando 1 trilhão de iuanes (US$138 bilhões) em liquidez;
• Criação de mecanismos de empréstimos de baixo custo para setores como tecnologia e cuidados com idosos.

O presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, comentou que essas medidas visam ajudar empresas afetadas pelas tarifas.

Além disso, há planos para:

• Expansão de um esquema para investimentos de seguros em mercados de ações (60 bilhões de iuanes ou US$8,31 bilhões);
• Redução de custos de hipoteca para alguns compradores.

Embora analistas tenham sinais de um iuan mais forte, é esperado que as medidas ofereçam confiança renovada, apoiando o mercado de ações, apesar de preocupações sobre seu impacto direto no crédito.