China quer 100 mil chips da Nvidia para construir data centers para IA no meio do deserto
China investe em data centers em Xinjiang para fortalecer sua presença na inteligência artificial, apesar das restrições de exportação dos EUA. O projeto ambicioso combina energia renovável com tecnologia de ponta, posicionando o país em meio a tensões globais.
Xinjiang, China: Um novo complexo de infraestrutura está emergindo no deserto, com data centers movidos a energia solar e eólica.
O governo chinês vê isso como parte de sua estratégia para liderar a corrida global em inteligência artificial.
Documentos da Bloomberg revelam que, no fim do ano passado, 39 projetos de data centers foram aprovados em Xinjiang e na província de Qinghai. Esses projetos utilizarão mais de 115 mil chips da Nvidia, cujas exportações para a China são restringidas pelos EUA.
A escala desses centros é comparável a grandes operações de IA nos EUA, como o ChatGPT. Essa expansão ocorre em meio a crescentes tensões entre Washington e Pequim devido ao controle de exportação de chips.
Recentemente, os Estados Unidos intensificaram as restrições, temendo o uso militar da tecnologia pela China. Mesmo assim, os projetos em Xinjiang estão progredindo, especialmente em Yiwu, onde grandes complexos estão em construção.
Entre os destaques, a Nyocor, empresa estatal de energia renovável, planeja instalar 625 servidores e adquirir 2 mil chips H100 da Nvidia, cada um custando cerca de US$ 20 mil.
O poder computacional gerado será vendido à startup Infinigence AI, que arrecadou US$ 140 milhões desde sua fundação em 2023.
A escolha de Xinjiang é estratégica, com terrenos baratos e clima frio, além de ser um polo de energia verde, alinhando-se ao objetivo do governo de promover um crescimento sustentável.
Instalações que concentram luz solar em torres de sódio fundido geram eletricidade, visíveis a até 30 km de distância.