China tenta arrancar da Celac apoio explícito à Rota da Seda e reivindicação sobre Taiwan
China busca apoio da Celac para suas iniciativas internacionais em meio a tensões com os EUA. Diplomatas latino-americanos tentam equilibrar a declaração final para evitar divisões no grupo.
China busca apoio da Celac em disputa com os EUA.
A China tentou obter uma declaração conjunta de apoio a duas iniciativas: a Nova Rota da Seda e a Política de uma Só China, que fundamenta seu controle sobre Taiwan.
Nos últimos dias, diplomatas chineses se reuniram em Pequim com 33 países da Celac para discutir o comunicado final que será adotado no Fórum China-Celac em seu 10º aniversário, nesta terça-feira, 13.
Diplomatas latino-americanos, incluindo do Brasil, tentaram equilibrar o texto para evitar divisões dentro da Celac, especialmente após boicotes na última cúpula.
O presidente Xi Jinping convidou líderes como Lula e Gustavo Petro para participar do fórum, além de discursar na abertura a ex-presidente Dilma Rousseff e o chanceler chinês Wang Yi.
Regiões apresentaram dificuldades em aprovar o rascunho, já que os chineses exigiam elogios a seus princípios sem mencionar avanços na América Latina.
O rascunho também incluía temas bilaterais, complicando unificação em aspectos multilaterais. A reunião, chamada de Comunidade de Futuro Comum Compartilhado, carece de compreensão geral entre os países participantes.
A Celac solicitou inclusão sobre o futuro secretário-geral da ONU, com o Brasil propondo que seja uma mulher.
Negociadores afirmaram que os chineses cederam em alguns termos para minimizar resistências. Países como o Brasil nunca aderiram à Nova Rota da Seda e outros enfrentam pressão dos EUA, complicando a aceitação. O cenário da declaração é sensível com o recente acordo entre Xi e Trump.
A Nova Rota da Seda é um projeto que visa expandir a influência da China através de investimentos em infraestrutura, com participação de cerca de 150 países e custos de até US$ 2 trilhões.
No tema de Taiwan, a maioria dos países da Celac apoia a China, mas Taipei mantém aliados na região e se prepara militarmente. Xi Jinping insiste que a reunificação é inevitável, embora Taiwan busque se defender.