Churrascada: desembargador usou o próprio filho para lavar dinheiro de propina, diz PGR
Desembargador é acusado de usar a própria família para ocultar propinas em esquema de venda de sentenças. Operação Churrascada investiga movimentações financeiras suspeitas e lavagem de dinheiro envolvendo Ivo de Almeida e seu filho.
Denúncia contra desembargador Ivo de Almeida: A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de SP, por suspeita de envolver seu filho, Ivo Júnior, na lavagem de dinheiro oriunda de propinas.
A PGR alegou que o desembargador usou a empresa Citron Residence para receber vantagens indevidas. Ivo Júnior aparece como sócio com R$ 225 mil em cotas.
O advogado de Ivo, Átila Machado, chamou a denúncia de rematado absurdo e afirma que não houve venda de sentenças.
Segundo a denúncia de 147 páginas, Ivo de Almeida controlava as finanças da empresa, apesar de ter seu filho como sócio. Ivo Júnior adquiriu um apartamento e uma vaga de garagem, além de ter despesas exorbitantes comparadas a seus rendimentos.
A PGR aponta que 84,91% dos R$ 8,48 milhões movimentados pela Citron estão sem origem identificada. O magistrado foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro.
O STJ decidirá se abre ação penal contra Ivo, seu filho e outros três acusados. A investigação também revelou transações financeiras suspeitas e o uso da técnica smurfing para ocultar a origem de recursos.
O magistrado e o filho teriam cometido 41 atos de lavagem de dinheiro, movendo R$ 121.350,00 de forma dissimulada. Ivo Júnior não possui registro na OAB e a empresa associada a ele foi baixada.
Defesa: Machado argumenta que a movimentação financeira é proporcional a atividades comerciais familiares e nega a ocorrência de ilegalidades.