Ciclo de alta dos juros está perto do fim, dizem analistas
Economistas projetam uma nova elevação da Selic em junho, mas destacam um cenário de cautela diante das incertezas econômicas. A expectativa é de que os juros comecem a cair no final do ano, dependendo da política fiscal e fatores externos.
Alta da Taxa Selic: A Selic foi elevada em 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano nesta quarta-feira (7). Economistas já preveem uma próxima alta de no máximo 0,25 ponto na reunião de junho do Copom (Comitê de Política Monetária).
Segundo Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o Copom está aumentando os juros para conter a inflação, enquanto o governo estimula o consumo com medidas como o programa Pé-de-Meia e a isenção de Imposto de Renda.
A taxa deve se estabilizar em 15% e pode começar a cair no final do ano—mas não de forma consistente—e mudanças significativas só devem ocorrer em 2027.
Marcos Moreira, da WMS Capital, concorda que a projeção é de uma elevação de 0,25 ponto e aponta fatores como a queda do dólar e o preço do petróleo como ajudas à inflação.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, comenta que a alta desta quarta-feira pode ser a última do atual ciclo. O comunicado do BC destaca a necessidade de cautela diante da incerteza econômica.
O comunicado possibilita tanto uma nova elevação quanto a manutenção dos juros, aponta André Muller, economista-chefe da AZ Quest. Ele destaca que a desaceleração econômica está sendo reconhecida pelo BC.
Marcelo Bolzan, da The Hill Capital, enfatiza a importância da decisão unânime do comitê do BC. A Fiemg também se manifestou, alertando que a alta da Selic pode restringir investimentos e elevar custos de produção.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, acrescenta que as medidas já adotadas têm efeitos defasados, podendo impactar desproporcionalmente a economia e o mercado de trabalho.