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Cid nega à PF autoria de mensagens trocadas pelo Instagram com advogado de réu na trama golpista

Mauro Cid reafirma sua inocência em relação ao uso de Instagram para discutir sua delação premiada. Investigação se aprofunda em torno de supostos diálogos e obstrução de Justiça envolvendo outros personagens do caso.

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, negou, em depoimento à Polícia Federal, ter utilizado um perfil no Instagram para discutir sua delação premiada, violando o sigilo do acordo.

Cid é delator na investigação de uma trama golpista que buscava manter Bolsonaro no poder após sua derrota em 2022. O depoimento ocorreu em 25 de outubro.

Em uma oitiva anterior, Cid negou ter falado sobre sua delação com o advogado Eduardo Kuntz, defensor do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro.

Na última segunda-feira, a Meta entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um ofício com dados do Instagram, incluindo IPs de acesso e o registro da conta vinculada ao email maurocid@gmail.com.

Durante seu interrogatório no STF, Cid também negou conhecer o perfil “GabrielaR702”, embora tenha reconhecido que Gabriela é o nome de sua esposa. Posteriormente, a revista Veja publicou mensagens atribuídas a esse perfil, revelando conversas sobre a delação de Cid.

Os advogados de Cid contestaram sua autoria, solicitando investigação da conta, e o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido. Na semana seguinte, Kuntz informou ao STF que conversou com Cid pelo referido perfil.

Câmara é réu do “núcleo dois” da trama, enquanto Cid e Bolsonaro fazem parte do “núcleo crucial” da suposta organização criminosa. Moraes mandou prender Câmara, e a investigação se amplia por possível obstrução de Justiça.

Moraes destacou a gravidade das condutas que evidenciam uma tentativa de obstruir a investigação, citando ações de Câmara e Kuntz. Dados da Meta indicam uma conversa entre Kuntz, o perfil "GabrielaR702" e Paulo Amador Cunha Bueno, advogado da defesa de Bolsonaro.

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