Cid nega ter usado conta ‘Gabriela’ e acusa defesa de Bolsonaro de tentar obter dados de sua delação

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro, nega ter conversado com o advogado Eduardo Kuntz pelo Instagram em perfil “Gabriela” (@gabrielar702).

Em depoimento à Polícia Federal, Cid acusou a defesa de Bolsonaro de tentar obter informações sobre seu acordo de delação e obstruir a investigação da trama golpista.

Ele afirmou que não enviou as mensagens atribuídas a ele e que essas foram gravadas sem sua autorização. O depoimento de Cid ocorreu na última terça-feira, 24, mas foi disponibilizado apenas nesta quinta-feira.

Nos diálogos entregues ao STF, Cid critica o ministro Alexandre de Moraes e o delegado Fábio Shor, insinuando que as informações do acordo estavam sendo distorcidas.

O advogado Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara, pediu a anulação do acordo de delação, alegando que as mensagens provam falta de voluntariedade na colaboração.

Cid relatou que sua família foi procurada por Kuntz, Paulo Amador da Cunha Bueno e Fábio Wajngarten, tentando convencê-los a trocar de defesa técnica.

“Indagado se alguém tentou aliciar/persuadir... respondeu que sim”, disse o termo de depoimento.

Kuntz negou interferência, enquanto Wajngarten afirmou que a situação é uma cortina de fumaça para ocultar a falta de voluntariedade de Cid.

Moraes determinou que ambos prestem depoimento à Polícia Federal.

Cid alega que Kuntz e Wajngarten tentavam se aproximar dele através de sua filha menor, com contatos constantes no WhatsApp e Instagram, alegando que isso foi feito para obstruir as investigações.

Além disso, a mãe e esposa de Cid também foram procuradas para trocar de advogados, segundo seu relato. Foram diversas tentativas de contato para obter informações sobre o acordo de colaboração.