Ciência avança mais que alguns países na luta contra aquecimento
Apesar da desaceleração nas atualizações das metas climáticas por muitos países, investimentos em tecnologias de captura de carbono avançam no Brasil. Especialistas destacam a importância de incentivos e um mercado de carbono estruturado para que esses projetos se tornem viáveis.
Enquanto muitos países ainda não atualizaram suas metas de redução de emissões do Acordo de Paris, a ciência avança nas tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS).
Essas inovações visam ajudar setores industriais, como aço e cimento, a se descarbonizarem. Nos últimos anos, há 959 projetos de CCUS no mundo, com algumas iniciativas no Brasil, que poderia capturar mais de 190 milhões de toneladas de CO2 por ano.
A diretora da CCS Brasil, Isabela Morbach, destaca que, apesar do potencial, faltam incentivos públicos e um mercado de carbono.
Na Noruega, o governo investe R$ 12,2 bilhões no programa Longship para armazenar 5 milhões de toneladas de CO2.
Morbach ressalta que a captura é essencial, considerando que indústrias ainda dependem de combustíveis fósseis. Ela critica a ideia de priorizar apenas soluções baseadas na natureza.
O custo da captura varia entre US$ 50 a US$ 400 por tonelada de CO2. Apesar do crescimento de projetos, muitos aguardam investimentos para avançar.
Rodrigo Spuri, da The Nature Conservancy, enfatiza que reduzir emissões e restaurar florestas é crucial, mas a tecnologia CCUS pode acelerar a remoção de CO2.
Empresas brasileiras estão implementando tecnologias inovadoras:
- A Repsol Sinopec testa o equipamento DAC 300TA, que captura 300 toneladas de CO2 do ar.
- A FS planeja uma unidade para capturar 423 mil toneladas de CO2 na produção de etanol, visando um produto com pegada de carbono negativa.
- A startup DeCarb busca investidores para criar um protótipo capaz de capturar 170 mil toneladas de CO2 usando material orgânico.
Todos esses projetos enfrentam desafios financeiros e a expectativa para a COP30 em Belém é alta, onde o futuro do mercado de carbono será discutido.