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Cigarros ilegais avançam no Nordeste e abastecem crime organizado

Cresce o contrabando de cigarros no Nordeste, com índices alarmantes nos estados como Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. O crime organizado lucra bilhões com a venda ilegal, exacerbando problemas de arrecadação e segurança na região.

Consumo de cigarro ilegal no Brasil diminuiu em 2022, mas cresceu no Nordeste, afetando a arrecadação de impostos. Estudos do Ipec, encomendados pelo FNCP, revelaram que a média nacional de consumo de cigarros contrabandeados é de 32%, enquanto no Nordeste chega a 43%.

Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte têm os maiores índices, com Maranhão registrando 70% de vendas ilegais. O FNCP estima que o crime organizado arrecadou R$ 356 milhões e perdeu R$ 111 milhões em ICMS no Maranhão; o Piauí viu prejuízo de R$ 135 milhões.

O crime organizado movimentou aproximadamente R$ 9 bilhões em vendas ilegais de cigarros, gerando um prejuízo fiscal de R$ 7,2 bilhões. O alto índice de impostos sobre produtos legais, superando 80%, e a exploração de novas rotas de contrabando, especialmente do Suriname, contribuem para a situação.

O delegado da PF, Igor Chagas, revelou que organizações viajam ao Suriname e usam o litoral do Brasil para contrabandear cigarros. Apesar dos esforços da polícia, a atividade é lucrativa e persiste. Já o delegado Gilberto Pinheiro destacou os crimes violentos associados ao tráfico.

A pobreza no Nordeste e a distorção de preços entre produtos legais e ilegais alimentam o consumo de cigarros contrabandeados, que são mais baratos e não seguem normas sanitárias. Essa questão deve ser vista como um desafio nacional que fragiliza a economia e alimenta o crime organizado.

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