Cinco jornalistas da Al Jazeera são mortos em ataque israelense em Gaza
Cinco jornalistas da Al Jazeera, incluindo Anas al-Sharif, foram mortos em ataque israelense em Gaza. A emissora denunciou o ocorrido como um ataque premeditado à liberdade de imprensa.
Cinco jornalistas da Al Jazeera, incluindo Anas al-Sharif, foram mortos em um ataque israelense no domingo (10/08) próximo ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.
Al-Sharif estava com outros correspondentes em uma tenda para a imprensa quando o local foi atingido. A Al Jazeera classificou o ataque como um “assassinato seletivo” e um ato premeditado contra a liberdade de imprensa.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram que o alvo era al-Sharif, alegando que ele liderava uma célula do Hamas e havia realizado ataques com foguetes. O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) expressou estarrecimento, afirmando que Israel não apresentou evidências das acusações.
O editor da Al Jazeera destacou que al-Sharif era um jornalista credenciado e a principal fonte de informações sobre Gaza. Ele observou que os jornalistas estavam em uma tenda e não na linha de frente de combate.
Sete pessoas no total morreram no ataque, inicialmente relatado como quatro, e vídeos mostraram a equipe de jornalismo sendo atacada. Al-Sharif, de 28 anos, estava alertando sobre bombardeios momentos antes de sua morte.
A ONU e o CPJ alertaram sobre os riscos enfrentados por al-Sharif, enquanto Israel já havia o acusado anteriormente de ser membro do Hamas, sem comprovações. Um histórico de ataques a jornalistas da Al Jazeera em Gaza foi mencionado, com 186 jornalistas mortos desde o início dos conflitos.
A situação para jornalistas em Gaza é crítica, com relatos de fome e falta de recursos. Organizações de direitos humanos expressaram sua preocupação com a crescente crise humanitária e o acesso negado a ajuda.
O conflito começou em resposta a um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou em mais de 1.200 mortes e 251 reféns. Desde então, mais de 61 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo autoridades locais.