Cliente corta marca cara, e Nordeste é mais afetado, diz Assaí
Movimento de troca de marcas impacta vendas do Assaí, especialmente no Nordeste. CEO aponta que efeitos da inflação superaram projeções, afetando margens e volumes de vendas.
Movimento de troca de marcas mais caras por opções baratas cresce no Brasil, principalmente no Nordeste. Esse fenômeno impactou as vendas das lojas mais antigas do grupo Assaí, segundo a direção da empresa.
Após a divulgação do balanço do primeiro trimestre, que mostrou melhora no lucro e redução de alavancagem, as ações do Assaí subiram 6,17%, a segunda maior alta do Ibovespa.
Relato de março indicou que o “trade down” estava em curso, lembrando a recessão econômica de 2015 e 2016 durante o governo Dilma Rousseff (PT).
Em entrevista, o CEO Belmiro Gomes afirmou que o movimento de troca de marcas foi maior do que esperado, especialmente nas classes C, D e E.
Gomes atribui esse fenômeno à inflação, não ao corte de renda. Ele ressaltou que o mês de maio será um bom indicador para as vendas, devido a mudanças no calendário da Páscoa.
A troca de marcas varia mais entre classes sociais do que entre regiões, afetando mais as classes baixas.
Além disso, a margem bruta do Assaí foi impactada pelo trade down, embora tenha aumentado de 16,2%% para 16,5%% entre 2024 e 2025.
A venda nas mesmas lojas subiu 5,5%, mas abaixo da inflação acumulada de 12 meses, refletindo uma queda de volume, e não de receita.
Gomes mencionou um “gap” nas vendas por loja e na margem Ebitda das lojas mais antigas, a qual pode ser atribuída à maturação das novas lojas.
A empresa também expressou interesse no atacado de distribuição, mas atualmente se concentra nos negócios em andamento.