Clima volta a pressionar setor de cerveja no Brasil
Cervejarias brasileiras enfrentam desafios com queda na produção e vendas, agravadas pelo clima frio nos últimos meses. A Ambev, em particular, registra a maior retração de volume em sua história, levantando preocupações no setor.
Setor de Cervejas no Brasil sob Pressão
O clima frio no Sul e Sudeste está impactando o setor de cervejas no Brasil, gerando receios de novas quedas no volume de vendas no terceiro trimestre.
O desempenho fraco na produção de bebidas alcoólicas em julho acendeu esse alerta. A Ambev, a líder de mercado, observou uma queda de 8,9% em seu volume no Brasil, a maior retração, exceto no primeiro trimestre de 2020.
A Ambev aumentou os preços das cervejas em abril, enquanto concorrentes como Heineken e Petrópolis ajustaram em julho e agosto. O IPCA de agosto trouxe uma inflação mais estável para a cerveja, o que foi visto como um alento para a Ambev.
Segundo o IBGE, a produção de bebidas alcoólicas caiu 15,4% em julho, sinalizando um possível trimestre negativo. Renata Cabral, do Citi, indicou que uma queda de 15% não é um bom sinal.
Embora o BTG reafirme que essa queda não necessariamente representa recuo nas vendas, a Ambev controla mais de 60% do mercado, tornando sua performance crítica para os resultados do setor.
Cenário de inflação: A inflação da cerveja em 12 meses ficou em 4,5%, reduzindo a desvantagem competitiva da Ambev em relação aos preços. Competidores, como o grupo Petrópolis, já adotaram estratégias agressivas de preços.
Em nota, a Ambev afirmou que o ano de 2024 teve temperaturas mais altas, o que gera uma comparação desafiadora em 2025. A empresa ainda destacou a necessidade de reajustar preços para enfrentar custos crescentes.
Por sua vez, a Heineken relatou que a desaceleração foi mais significativa no consumo fora de casa, mas se mantém confiante com a alta temporada e eventos programados para impulsionar o consumo.
A empresa Petrópolis não se manifestou sobre a situação.