Cobiçada por Trump, Groenlândia comparece às urnas nesta terça com a independência no horizonte

A Groenlândia realiza eleições legislativas nesta terça-feira, 11, em meio a um cenário de busca por independência da Dinamarca.

Com 57.000 habitantes, sendo quase 90% inuit, a ilha é rica em recursos naturais e despertou o interesse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tentou influenciar as eleições que renovarão as 31 cadeiras do Inatsisartut (Parlamento local).

A insistência de Trump gerou reações variadas entre os groenlandeses, desde choque até entusiasmo. Hans Kaali Davidsen, morador de Nuuk, comentou que a atenção de Trump é positiva, mas afirmou que muitos não apoiam sua postura e gestão.

No debate eleitoral, questões como saúde, educação e a relação com a Dinamarca dominam as discussões. A busca pela independência enfrenta divisões: enquanto o partido Naleraq pede uma emancipação rápida, a coalizão de governo, formada pela Inuit Ataqatigiit e o Siumut, exige progresso econômico sustentável.

A Groenlândia depende economicamente da pesca e de ajuda dinamarquesa, que representa 20% do PIB local. Apesar do desejo de independência, a exploração de recursos minerais enfrenta desafios significativos.

Trump, que tenta adquirir a Groenlândia, prometeu segurança e prosperidade em sua rede social, mas uma pesquisa mostra que 85% dos groenlandeses rejeitam essa ideia. O primeiro-ministro Mute Egede pediu respeito a Trump, mas alertou sobre sua imprevisibilidade.

Enquanto alguns nacionalistas veem Trump como apoio potencial, outros temem que isso desestabilize o desejo de independência. No entanto, analistas acreditam que sua interferência não deve impactar drasticamente o resultado eleitoral, mas pode polarizar o debate.