Cochilo no expediente: 1 em cada 3 funcionários admite já ter dormido no trabalho, diz levantamento
Estudo revela que 34% dos profissionais brasileiros já cochilaram no trabalho em um ano, com maior incidência entre a geração Z. Especialistas alertam para os tabus e a necessidade de políticas formais que acomodem o descanso na rotina laboral.
Levantamento exclusivo do Estadão revela que 34% dos profissionais brasileiros entrevistados cochilaram durante o horário de trabalho no último ano.
Os dados, da plataforma Indeed, foram obtidos em janeiro e incluem mais de mil profissionais em modelos de trabalho remoto, híbrido e presencial.
Entre os que cochilaram, a distribuição por gerações é a seguinte:
- 41% - Geração Z
- 31% - Millennials
- 30% - Geração X
- 28% - Baby Boomers
Lucas Rizzardo, diretor do Indeed Brasil, afirma que os mais jovens são mais flexíveis em relação aos horários. Algumas empresas utilizam tecnologia para monitorar a produtividade e identificar cochilos.
A saúde do sono é um tabu nas organizações brasileiras, segundo Thábita Maganete. A OMS recomenda de 7 a 8 horas de sono por noite e enfatiza os benefícios de cochilos planejados.
A especialista em RH, Roberta Rosenburg, destaca que o modelo presencial facilita o gerenciamento de cochilos, enquanto no remoto, a falta de políticas formais é um desafio.
Para melhorar a situação, Rosenburg sugere estabelecer conversas com colaboradores, diferenciando controle de produtividade e realizando acordos prévios com gestores.
Thais Fabris, cofundadora do manifesto Direitos Descansistas, defende a inclusão do cochilo como benefício nas empresas. Ela recomenda a criação de espaços de descanso e a flexibilidade nas pausas.
Para implementação, Fabris sugere que líderes apresentem dados e exemplos de sucesso à diretoria e considera a possibilidade de fracionar intervalos ao longo do dia.