Com ameaça tarifária de Trump contra o Brasil, suco de laranja já está mais caro lá fora
Contratos futuros de suco de laranja alcançam máxima em quatro meses devido à ameaça de tarifas sobre produtos brasileiros. A dependência crescente dos EUA das importações brasileiras intensifica as preocupações sobre o impacto no mercado.
Contratos futuros de suco de laranja atingem maior nível em quatro meses em Nova York, subindo 8,7% para US$ 3,1385 por libra-peso. Isso ocorre devido às preocupações com a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A valorização começou após o anúncio de tarifas que podem afetar diversas commodities, incluindo café e carne bovina. O Brasil é o principal fornecedor de suco de laranja dos EUA, com importações em 2022 se aproximando de US$ 1 bilhão.
Os embarques do México, segundo maior fornecedor, representam cerca de um terço do volume brasileiro. A dependência dos EUA das importações brasileiras está aumentando, especialmente devido à queda na produção na Flórida.
Segundo Craig Elliott, analista da Expana, a tarifa impactaria significamente o comércio de suco. Ele observa que o Brasil pode solicitar a redução da tarifa para 30% e discutir cotas de exportação para café e laranjas.
Os futuros do café arábica, maior produção mundial do Brasil, subiram 4,4% nesta segunda-feira. A imposição das tarifas, segundo Mark Bowman, analista da ADM Investor Services, pode aumentar os preços do café nos EUA e deixar excedente no mercado global.