Com atrasos e cortes de EUA e China, ONU pode ficar sem dinheiro em poucos meses
A ONU enfrenta uma grave crise financeira, com cortes orçamentários de 17% e atrasos massivos nos pagamentos das contribuições de seus membros. A situação, exacerbada pela falta de pagamento dos Estados Unidos e de outros países, ameaça comprometer sua capacidade de operação e manutenção da paz.
A sede da ONU, localizada em Manhattan, enfrenta problemas devido a cortes de custos propostos pelo secretário-geral, António Guterres. A medida inclui o corte de 17% no orçamento, ou seja, US$ 600 milhões, para evitar um calote este ano.
Dentre os desafios financeiros, um déficit de US$ 200 milhões foi registrado no ano passado e a previsão para este ano é ainda pior, com um possível déficit de US$ 1,1 bilhão. Isso pode afetar pagamentos de salários até setembro.
A maioria das contribuições da ONU é voluntária, mas as funções principais são financiadas por contribuições obrigatórias. Contudo, muitos países ainda não pagaram suas dívidas, totalizando US$ 760 milhões em contribuições inadimplentes.
Em 2024, cerca de 15% das contribuições obrigatórias foram recebidas em dezembro, complicando ainda mais a situação. A ONU não pode tomar empréstimos, forçando-a a recorrer a reservas financeiras.
Os principais contribuidores, Estados Unidos e China, têm atrasado pagamentos. Caso o cenário não mude, os EUA poderão perder seu voto na Assembleia Geral em 2027. A tensão sobre os atrasos permanece, com subentendidos de que os EUA e a China buscam maior influência sobre a organização
A situação requer soluções urgentes, pois sem proposta de cortes de gastos e sem a colaboração dos membros, a ONU enfrenta um colapso financeiro.