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Com baixo retorno, empresas desistem de projetos de geração renovável no Brasil

Setor de energia renovável enfrenta crise no Brasil com desistências de projetos devido a investimentos não rentáveis. Desafios incluem altos juros, sobreoferta de energia e atrasos na infraestrutura de transmissão.

Queda na geração de energia renovável no Brasil após quase duas décadas de crescimento. A produção de energia solar, fotovoltaica e eólica enfrenta uma crise, levando ao aumento de pedidos de revogação de outorgas por grupos econômicos.

A razão para as desistências inclui:

  • Desalinhamento de expectativas de retorno financeiro;
  • Juros e câmbio elevados;
  • Baixos preços de contratos futuros.
  • Sobreoferta estrutural e falta de consumo.

Os gargalos na infraestrutura de transmissão também dificultam o escoamento de energia, resultando em atrasos e cortes de geração, conhecidos como "curtailment".

A Enel Brasil pediu a revogação de quase 1.500 MW em projetos de energia na Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, citando problemas de conexão e atrasos em usinas. Bruno Riga, presidente da Enel Green Power, afirmou que cortes na Bahia chegam a 35% da capacidade prevista.

A Auren Energia também revogou outorgas de 159,6 MW de eólicas, citando dificuldades comerciais e a nova dinâmica do mercado. A Shell anunciou a desistência de 3 GW em projetos solares devido ao excesso de suprimento e problemas de conexão.

Segundo levantamento, a Aneel aprovou revogações que totalizam 1.165 MW da Shell. Contudo, o cancelamento não inviabiliza o futuro desenvolvimento dos projetos, desde que as empresas solicitem novas outorgas.

O aumento previsto de cortes de geração na próxima década, com até 20 GW diários, soma-se a falhas no processo de classificação pelo ONS. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, propõe a construção de linhas de transmissão pelo estado em parceria com o setor privado.

O Ibama enfrenta gargalos em licenciamento ambiental, acumulando 20 mil km de linhas para análise. A ISA Energia Brasil prossegue com investimentos de R$ 7,5 bilhões até 2029, mas reporta dificuldades em licenciamento devido à falta de recursos humanos.

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