Com disparada no preço do chocolate, contrabando de cacau avança e alarma produtores
Contrabando de cacau entre Costa do Marfim e Guiné cresce diante da disparada de preços no mercado global. Agricultores enfrentam dificuldades financeiras devido ao controle estatal de preços, enquanto a escassez de grãos complica a rastreabilidade e compromete receitas.
Contrabando de Cacau na Costa do Marfim: Uma corda amarrada separa a Costa do Marfim da Guiné, onde o tráfego esparso é predominantemente de motos e carros cheios.
Rotas Alternativas: Para evitar a fiscalização, contrabandistas utilizam trilhas de terra à noite, transportando sacas de cacau de 65 kg para a Guiné. Os riscos incluem até 10 anos de prisão ou multas de 50 milhões de francos CFA, mas os lucros podem chegar a US$ 240 por semana.
Aumento dos Preços: Em 2023, os preços do cacau quase triplicaram, mas os agricultores marfinenses enfrentam dificuldades devido ao controle de preços pelo Conselho do Café-Cacau (CCC), o que impacta a lucratividade e fomenta o contrabando.
Consequências do Contrabando: O contrabando dificulta a rastreabilidade, importante para combater desmatamento e trabalho infantil. O governo da Costa do Marfim viu sua receita encolher, prejudicando investimentos na indústria do cacau.
Desafios do Mercado: Exportações da Guiné aumentaram 15%, exacerbadas pelo contrabando, que resultou em perdas significativas para comerciantes e comprometeu a cadeia de suprimento. O cacau representa 40% da receita de exportação da Costa do Marfim.
Ações do Governo: O CCC intensificou esforços contra contrabando, mobilizando o exército e formando comitês regionais. Mais de 590 toneladas de cacau já foram apreendidas, mas a eficácia do combate à corrupção ainda é questionada.
Frustração na Indústria: O contrabando desvia colheitas e gera frustração entre agricultores que preferem vender a preços mais altos a intermediários do contrabando, desafiando os esforços regulatórios e colaborativos do governo.