Com impacto do tarifaço de Trump, empresas que exportam para os EUA dão férias coletivas. Veja casos
Empresas brasileiras do setor moveleiro enfrentam crise com tarifas altos dos EUA e implementam férias coletivas. Medidas de ajuste, como redução de jornada, também são consideradas enquanto as exportações caem.
Tarifaço de Trump impacta exportações brasileiras
O tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, estabeleceu uma sobretaxa de 50% para produtos brasileiros e 700 exceções tarifadas em 10%. Esse cenário levou empresas a darem férias coletivas para funcionários.
No polo moveleiro de São Bento do Sul, SC, cerca de 600 trabalhadores estão em férias coletivas por causa do tarifaço. Na região, em 2022, as exportações de móveis totalizaram US$ 123,4 milhões, com US$ 77 milhões destinados aos EUA.
A Artefama, uma das maiores exportadoras do setor, antecipou férias para 220 funcionários. O CEO, Diego Bordignon, afirma: “não aguento mais manter esse ritmo sem pedidos”.
Imprevisibilidade aflige
Luiz Carlos Pimentel, presidente do Sindusmobil, ressalta que o setor enfrenta um cenário de imprevisibilidade. Algumas empresas suspenderam embarques e outras ajustaram a produção para mercados consolidados, mas riscos de demissões são iminentes.
Cenário na indústria de madeira
Na indústria de madeira, as vendas para os EUA totalizaram US$ 1,6 bilhão no ano passado. Juliano Vieira Araújo, da Abimci, destaca que clientes americanos exigem redução de preços, aumentando a pressão sobre as fábricas brasileiras, o que pode resultar em cortes de funcionários.
Um exemplo é a empresa Millpar, que colocou 720 de 1.100 empregados em férias coletivas. O CEO, Ettore Giacomet Basile, afirmou que a gestão está acompanhando a movimentação do mercado de forma cautelosa.