Com medo de aumento do IOF no risco sacado, empresas antecipam operações de duplicatas e recebíveis
O aumento de 22,3% nas concessões de descontos de duplicatas e recebíveis em maio reflete a antecipação das empresas diante da iminente tributação do IOF. O Banco Central aponta que essa demanda pode impactar negativamente as contratações no mês de junho.
Concessões de descontos de duplicatas e recebíveis sobem 22,3%
As concessões na modalidade de descontos de duplicatas e recebíveis, que contabiliza o risco sacado, cresceram 22,3% de abril para maio, segundo dados do Banco Central (BC). O aumento ocorre em meio à expectativa de oneração das operações de risco sacado a partir de 1º de junho.
No dia 23 de maio, o governo publicou um decreto que alterou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), visando tributar as operações de risco sacado, preocupando o setor bancário. Após resistência, um novo decreto foi emitido com tributação menor, mas foi derrubado pelo Congresso Nacional nesta semana.
As concessões subiram de R$ 72,906 bilhões em abril para R$ 89,185 bilhões em maio. Fernando Rocha, do BC, destacou que houve uma >aceleração de crédito na última semana de maio, como resultado da antecipação provocada pelas notícias sobre a nova tributação.
Apesar do crescimento, Rocha alertou que junho pode apresentar um desempenho fraco devido a essa antecipação. A taxa média de juros para a modalidade aumentou de 18,8%% em abril para 19,3%% ao ano em maio, possivelmente em resposta à maior demanda.