Com nova série de 'Gomorra' sobre máfia, moradores de Nápoles dizem basta à imagem de lugar sem lei
Críticos da série "Gomorra" expressam descontentamento com a representação negativa de Nápoles, enquanto a cidade busca mostrar sua diversidade e beleza além da máfia. Debate sobre estereótipos e a influência da produção artística marca o cenário cultural atual da terceira maior cidade da Itália.
Faixa em Nápoles denuncia "Gomorra"
Em março, uma faixa no centro de Nápoles proclamou: "Nápoles não apoia mais você", referindo-se à série de sucesso "Gomorra". O novo filme, "Gomorra: Origens", começou a ser filmado no bairro espanhol, tratando das raízes da máfia local.
"Gomorra" tem laços profundos com Nápoles desde o best-seller de Roberto Saviano em 2006, até a série de TV e os spin-offs que se seguiram. Muitos napolitanos, no entanto, sentem que a representação da cidade é limitada e negativa.
Problemas sociais persistem
A cidade vive um aumento no turismo, mas ainda enfrenta questões como desemprego juvenil e crime. Críticos afirmam que a mídia estereotipa Nápoles, reduzindo seus habitantes à vida criminosa.
Alguns, como Delia D'Alessandro, expressam o amor pela cidade, pedindo uma imagem mais equilibrada. O diretor de "Origens", Marco D'Amore, elogiou os residentes, mas a pressão contra a série persiste.
Relação complicada com a arte
Embora a Camorra tenha diminuído seu controle, problemas sociais permanecem, especialmente em áreas como Scampia. Educadores locais expressam frustração com a associação de seus alunos à máfia devido à fama da série.
Materiais de resistência
Músicos e artistas locais, como Daniele Sanzone, buscam reverter a imagem da cidade, oferecendo tours que mostram a realidade, ao invés do estereótipo.
A Comissão de Cinema da Região, representada por Maurizio Gemma, acredita que as contradições devem ser discutidas, enfatizando que a história não deve ser condenada, mas sim abordada de maneira crítica.