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Com Selic a 15%, bancos privados adotam cautela na carteira de crédito de olho na inadimplência

Bancos buscam estabilidade em meio a juros altos e inadimplência crescente, apostando na concessão de crédito para clientes de alta renda. Apesar do lucro crescente, analistas projetam desafios futuros na recuperação plena da rentabilidade com um cenário econômico restritivo.

Selic a 15% e sinais de desaceleração econômica levam bancos a reduzir a exposição a risco no 2º trimestre de 2023.

Bradesco, Itaú e Santander focam em empréstimos com garantia e clientes de alta renda, evitando aumento na inadimplência.

Os bancos reportaram um crescimento anual de R$ 21,23 bilhões em lucro líquido. Contudo, inseguranças sobre a economia persistem para o 2º semestre, segundo Eduardo Rosman, analista do BTG Pactual.

Dados do BC indicam que o crédito em atraso acima de 90 dias aumentou de 3,28% para 3,55%, o maior nível desde 2017, mas os três bancos manterão controle sobre esse índice.

Uma mudança contábil traz distorções, permitindo que os bancos permaneçam com créditos inadimplentes sem declará-los como perda.

A inadimplência do Santander caiu, mas especialistas afirmam que isso é reflexo de uma redução na concessão de crédito.

Mário Leão, CEO do Santander, destaca que juros altos impactam especialmente pequenas e médias empresas e clientes de baixa renda. O foco agora é a alta renda.

Analistas da Genial Investimentos alertam que o afunilamento no crédito pode atrasar a recuperação da rentabilidade, com o objetivo de 20% de ROAE adiado para 2027.

O Santander provisionou R$ 3 bilhões para lidar com possíveis deteriorações na unidade brasileira, enquanto outros bancos buscam expansão com segurança.

Bradesco prioriza empréstimos com garantia na sua reestruturação. O Itaú Unibanco, com o menor índice de inadimplência, se mostra mais resiliente ao cenário adverso.

A expectativa para o Banco do Brasil é de resultados abaixo do esperado, com a divulgação marcada para o dia 14; os impactos no agronegócio também se fazem sentir.

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