Com tarifaço, indústria do pescado corre para achar novos mercados e evitar demissões
Indústria do pescado enfrenta crise com tarifa de 50% em exportações para os EUA. Muitas empresas buscam alternativas no mercado interno, mas demissões e cortes de produção são temidos.
Tarifaço causa estragos no setor do pescado no Brasil
No interior de São Paulo, toneladas de tilápias estão com destino incerto após o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto.
A indústria do pescado, que exporta mais de 60% de sua produção para os EUA, já viu suas exportações diminuírem em quase um terço. Segundo Juliano Kubitza, diretor da Fider Pescados, "a taxação de 50% é inviável" e as exportações podem ficar zeradas.
A Fider, segunda exportadora de tilápia do Brasil, processa 9.600 toneladas por ano e emprega cerca de 500 pessoas. Funcionários temem demissões, pois a empresa não pode reduzir o pessoal enquanto há tilápias prontas para processamento.
O mercado interno é visto como alternativa, mas a Fider terá que vender os peixes a preços menores, o que pode dificultar sua margem de lucro. O diretor Kubitza afirmou que "o desempenho dos próximos meses vai ditar o que faremos no ano que vem".
Os desafios são altos, visto que os EUA consomem principalmente tilápia fresca, com maior margem de lucro, e poucos países estão disponíveis para novos mercados.