Com tarifaço, inflação americana em 12 meses sobe 2,7% em junho
Inflação nos EUA registra alta acentuada em junho, com a influência das tarifas de Donald Trump. As expectativas de pressão nos preços apontam para desafios nas próximas leituras dos índices econômicos.
Inflação nos EUA acelerou em junho, com um aumento de 2,7% em 12 meses, comparado a 2,4% em maio. A alta no mês foi de 0,3%.
O núcleo do Consumer Price Index (CPI), que exclui alimentos e energia, subiu 0,2%, abaixo das expectativas pelo quinto mês consecutivo, alcançando 2,9% em 12 meses.
Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, destaca que os preços dos serviços estão desacelerando, mas as tarifações unilaterais de Donald Trump podem impactar a inflação futura:
- "Novas tarifas de importação podem impactar os preços dos bens."
- A alíquota média seguirá alta, mesmo se houver negociações antes de 1º de agosto.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, afirma que os impactos tarifários já aparecem no CPI de junho e devem ser mais evidentes nos próximos meses.
Desde a semana passada, Trump anunciou tarifas de até 50% sobre produtos do Brasil, 30% para a União Europeia e México, e 25% para o Japão. Essas ações causam volatilidade nas previsões econômicas.
Sung prevê que a inflação limitará cortes de juros pelo Federal Reserve nas próximas reuniões, esperando o primeiro corte apenas no final de 2025.
Ellen Zentner, da Morgan Stanley, observa que a aceleração dos preços de produtos afetados pelas tarifas em junho pode ser um indício de pressões inflacionárias futuras.
Kay Haigh, da Goldman Sachs, enquanto nota o núcleo mais fraco, acredita que, se a tendência continuar estável, pode abrir caminho para a flexibilização do Fed em setembro. No entanto, ele alerta:
- Pressões sobre os preços devem aumentar no verão americano.
- Relatórios do CPI de julho e agosto serão cruciais.