Com tarifas, 'momento agora é de cautela, cautela e cautela', diz diretor do BC
Diretor do Banco Central destaca a necessidade de cautela em meio à incerteza das tarifas comerciais dos EUA. Ele reafirma que a atual taxa de juros visa estabilizar a economia diante dos riscos globais e locais.
Diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, expressou a necessidade de “cautela, cautela e cautela” em relação ao cenário de tarifas durante o Porto Asset Day.
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos entrou em vigor, com quase 700 exceções como aeronaves e suco de laranja. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em negociações e se reunirá com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na próxima quarta-feira.
David destacou a incerteza após o anúncio de tarifas em abril e o desconforto gerado pelo anúncio de julho específico para o Brasil. Ele reforçou que o ambiente continua incerto e que a postura do Comitê de Política Monetária (Copom) é de cautela.
A última ata do Copom indicou que o cenário externo é adverso e incerto, com tarifas comerciais gerando impactos setoriais relevantes. O Copom manteve a taxa de juros em 15% ao ano, optando por uma interrupção em vez de uma pausa.
David afirmou que o nível de incerteza aumentou, e que, em cenários de volatilidade, é necessário um período mais longo para analisar a eficácia das decisões do BC. Ele opinou que, apesar das incertezas, a taxa de juros está em um patamar restritivo que visa controlar a inflação para a meta de 3%.
O diretor finalizou comentando que a autoridade monetária se compromete em trazer a inflação para a meta e que as decisões estão seguindo essa direção, com a inflação implícita em queda.