HOME FEEDBACK

Com tarifas, 'momento agora é de cautela, cautela e cautela', diz diretor do BC

Banco Central reforça cautela diante de incertezas externas e impactos das tarifas comerciais. O diretor de política monetária pediu um tempo para avaliar as consequências das mudanças no cenário econômico global.

Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central (BC), enfatizou a importância da cautela no cenário atual. Ele participou do Porto Asset Day e mencionou que a distribuição do risco se expandiu.

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelos Estados Unidos entrou em vigor com quase 700 exceções, como aeronaves e suco de laranja. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com o secretário do Tesouro dos EUA na próxima quarta-feira.

David destacou que o BC “nunca concordou muito” que a incerteza externa diminuiu desde o “Liberation Day” e considera que o ambiente permanece incerto. Ele defendia que a postura do BC deve ser a de juros restritivos para lidar com essa incerteza.

Na última ata do Copom, foi destacado que o cenário externo é “mais adverso e incerto”, e que as tarifas comerciais têm impactos significativos. O colegiado decidiu manter uma postura cautelosa.

Ao ser questionado sobre o impacto das tarifas no fluxo do dólar, David ressaltou que o Brasil exporta 2% do PIB, mas minimizou sua relevância na oscilação cambial, afirmando que o câmbio é flutuante.

David também mencionou que a decisão do Copom de manter a taxa em 15% ao ano é uma interrupção e não uma pausa. Essa interrupção visa entender as consequências das mudanças recentes antes de avançar.

Ele observou que a insegurança aumentou, especialmente após a imposição das tarifas em julho. David destacou a necessidade de tempo e dados para validar se o BC está no caminho certo.

O diretor do BC manifestou que os agentes estão percebendo o compromisso da autoridade em controlar a inflação, que segue em direção à meta de 3%. Ele acredita que o ciclo atual deve ser marcado por incertezas e “sinais díspares” da economia por um período prolongado.

O Copom permanece vigilante e preparado para ajustar a política monetária conforme necessário, podendo retornar ao ciclo de ajustes.

Leia mais em valoreconomico