Com ‘tesouros escondidos’ e IA, novos negócios podem representar um quarto das receitas na América Latina

Crescer ou não crescer? Essa é a questão errada. Toda empresa precisa crescer, e o foco deve estar em como crescer. Na América Latina, a construção de novos negócios é uma das principais prioridades estratégicas para CEOs, com expectativa de que gerem de 25% a 30% das receitas nos próximos cinco anos.

Um levantamento da McKinsey revela que quase todas as empresas latino-americanas têm ao menos um produto ou serviço pronto para comercialização, mostrando que há tesouros escondidos a serem explorados. Além disso, a IA é vista como uma importante aliada para novas oportunidades.

Empresas que investem 20% ou mais de seu capital em novos negócios apresentam um crescimento de receita superior. No entanto, apenas 38% dos líderes globais estão alocando essa porcentagem, deixando valor sobre a mesa.

Atualmente, 13% das receitas e 16% do valor das empresas vêm de novos negócios. Na América Latina, mais de 95% das empresas possuem ativos com potencial comercial não realizado, como dados, propriedade intelectual e novas tecnologias.

Os principais projetos incluem o uso de IA generativa, principalmente em setores de saúde e tecnologia. Hiperpersonalização em serviços financeiros e novos canais no varejo também estão em alta. Além disso, empresas líderes estão desenvolvendo ecossistemas e negócios sustentáveis.

Empresas maduramente experientes têm duas vezes mais chances de sucesso e geram 12 vezes mais receita no quinto ano após o lançamento de um novo negócio. Relação saudável entre o novo e o principal é crucial, exigindo governança clara e conferindo autonomia ao novo negócio.

Cabe aos CEOs promoverem novos empreendimentos para manter a relevância da empresa, mesmo aquelas com forte posicionamento no mercado. É essencial reimaginar indústrias e reconhecer novas oportunidades para criar um legado distinto.

Autores: Pepe Cafferata e Guilherme Dogliani, sócios da McKinsey em São Paulo.