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Com vagas, empresas chinesas exigem inglês e interesse por mandarim para contratar no Brasil

Executivos brasileiros relatam desafios e adaptações ao transitar para empresas chinesas, que buscam expandir sua presença no mercado local. O aumento da demanda por profissionais qualificados reflete o crescimento das multinacionais asiáticas no Brasil.

Desde janeiro de 2025, Erico Traldi lidera o marketing da Hisense na América Latina, trazendo experiência de empresas como Sony e Samsung.

Ele comenta sobre as particularidades das corporações asiáticas: "A coreana é agressiva, a japonesa é metódica e a chinesa é uma mistura disso tudo". Traldi é um dos muitos profissionais que trocaram multinacionais ocidentais por chinesas na expansão no Brasil.

Helen Ouchi, ex-Motorola e hoje na Hytera, observa diferenças culturais, como a ausência de secretárias e o uso de aplicativos chineses como WeChat. Já Caio Sanches, que deixou a General Electric para a United Imaging, destaca que o ritmo de trabalho é mais rápido.

A assessoria Tian Bin, da Iest, observa que dominar o mandarim não é essencial, mas saber inglês é obrigatório. Mirangela Machado, da Microport, ressalta a capacidade de adaptação das empresas chinesas nos mercados.

As multinacionais chinesas geralmente preenchem 20% a 30% de suas vagas com expatriados. Em algumas empresas, cargos de gerência são ocupados por brasileiros, enquanto executivos estratégicos vêm da China.

O mercado está carente de profissionais qualificados. Molly Zhu, da ZTE, destaca a dificuldade em contratar engenheiros eletricistas.

No final de maio, uma feira de recrutamento em São Paulo, com apoio do consulado chinês, reuniu mais de 32 companhias e 400 vagas abertas, apenas uma exigindo mandarim. O evento atraiu mais de 2.000 candidatos, como Mateus Morais, que vê a China como referência tecnológica.

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