Comandante da Marinha diz que não houve ordem para uso de blindados para golpe de Estado
Garnier se ausenta da cerimônia de passagem de cargo, quebrando uma tradição histórica, e levanta questionamentos sobre sua postura diante da crise política. O ex-comandante da Marinha é investigado por suposta participação em uma tentativa de golpe envolvendo Jair Bolsonaro.
Data: 5 de janeiro de 2023
No início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante da Marinha, Garnier, se ausentou da cerimônia de transferência de cargo para Olsen, algo inédito na história da instituição.
Olsen comentou que Garnier não apresentou razões para sua ausência, e desconhece o motivo.
Durante audiência no STF (23/01), Olsen afirmou que soube das tentativas de golpe apenas pela imprensa. O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, depoimenou que Garnier teria oferecido tropas a Jair Bolsonaro para um golpe.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro Alexandre de Moraes destacaram a importância da presença de Garnier na cerimônia, ressaltando que sua ausência rompeu uma tradição.
A crítica à ausência foi expressada por oficiais-generais do Exército e da Força Aérea. Lula não participou do evento, sendo representado pelo ministro da Defesa, José Múcio.
Na mesma audiência, foram ouvidos o ex-vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, que protagonizaram momentos de tensão, incluindo uma ameaça de prisão por parte de Moraes. Mourão, por sua vez, culpou o governo Lula pela desordem do dia 8 de Janeiro.