Comissão da Câmara pede que Lula seja investigado por fraudes no INSS
Câmara solicita investigação da PGR sobre Lula por suposta interferência nas apurações do INSS. Deputados da oposição alegam conflito de interesses devido ao envolvimento de Frei Chico, irmão do presidente, nas entidades investigadas.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou um requerimento para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por declarações que sugerem interferência nas investigações sobre fraudes do INSS.
O documento, validado no dia 10, depende da anuência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que está em recesso para festividades de São João na Paraíba. O pedido foi protocolado pelo deputado Evair de Melo (PP-ES).
O requerimento baseia-se em uma coletiva de imprensa de Lula no dia 3 de junho, onde ele pediu “cautela” da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), insinuando que queria evitar a “crucificação” das entidades investigadas.
A Comissão alega que, embora o discurso pareça prudente, na prática representa um constrangimento aos órgãos de controle, ameaçando a isenção e autonomia técnica dessas instituições.
O ofício também menciona o irmão de Lula, Frei Chico, que é diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, uma das entidades sob investigação. A oposição destaca que seu envolvimento pode indicar conflito de interesses.
A interferência de Lula poderia ser vista como uma proteção a interesses pessoais e familiares, afetando a credibilidade das instituições responsáveis por fiscalizar as fraudes.
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela PF, estima uma cobrança irregular de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 - este valor pode chegar a quase R$ 8 bilhões se retroceder a 2016.
O governo Lula já foi alertado sobre o aumento das fraudes por órgãos como o TCU e o Ministério Público.
No dia 17, o senador Davi Alcolumbre autorizou a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as fraudes do INSS. A CPMI terá 30 integrantes e funcionará por até 180 dias, com custo estimado em R$ 200 mil.