Comissões aprovam R$ 7,6 bi em emendas sem transparência em votação relâmpago
Votações rápidas levantam preocupações sobre falta de transparência na destinação de emendas. Parlamentares questionam a ausência de discussão e a legitimidade do processo que definiu os recursos.
Comissões da Câmara aprovam emendas ao Orçamento
Cinco comissões da Câmara dos Deputados aprovaram R$ 7,6 bilhões em emendas ao Orçamento em votação sem discussão e falta de transparência. As votações foram simbólicas e rápidas, durando poucos segundos.
Entre as comissões que aprovaram estão:
- Saúde: R$ 3,8 bilhões
- Integração Nacional: R$ 1,2 bilhão
- Esporte: R$ 1 bilhão
- Turismo: R$ 950 mil
- Desenvolvimento Urbano: R$ 550 mil
- Agricultura: R$ 100 mil (não votou)
A celeridade gerou críticas entre parlamentares. O deputado Paulo Guedes (PT-MG) questionou a falta de transparência e comparou a votação a uma "votação relâmpago".
Os presidentes das comissões afirmaram que as indicações partiram de lideranças partidárias. Os nomes dos presidentes das comissões são:
- Esporte: Laura Carneiro (PSD-RJ)
- Saúde: Zé Vitor (PL-MG)
- Turismo: Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG)
- Desenvolvimento Urbano: Yury do Paredão (MDB-CE)
- Agricultura: Rodolfo Nogueira (PL-MS)
As reuniões ocorreram após os presidentes se encontrarem com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). As comissões devem agora publicar as indicações e apresentá-las ao governo, que decidirá sobre a liberação dos recursos.
A previsão para 2023 é de R$ 11,5 bilhões em emendas de comissão, com R$ 7,7 bilhões para a Câmara e R$ 3,8 bilhões para o Senado.