Como a China está diversificando investimentos para além dos títulos do Tesouro dos EUA
Funcionários da China avaliam alternativas ao investimento em títulos do Tesouro dos EUA após a recente reforma das agências Fannie Mae e Freddie Mac. Especialistas expressam preocupações sobre a segurança das reservas, enquanto Pequim busca diversificar suas participações para mitigar riscos financeiros.
Funcionários da agência cambial da China estão avaliando o impacto da reformulação das Fannie Mae e Freddie Mac pela administração Trump.
Essas entidades, nacionalizadas durante a crise de 2008, podem ser devolvidas ao setor privado, levantando questões sobre a segurança dos títulos e ações com garantia do governo dos EUA.
O portfólio de reservas da China, de US$ 3,2 trilhões (R$ 18,1 bilhões), é tradicionalmente baseado em títulos do Tesouro. No entanto, a volatilidade das políticas dos EUA tem gerado preocupações sobre essa estratégia.
Zou Lan, do Banco Popular da China, afirmou que a diversificação já está em andamento. Entretanto, especialistas alertam que a segurança dos títulos do Tesouro não é mais garantida.
Com as tensões comerciais EUA-China, há receios de que a China possa retaliar vendendo suas participações em Treasuries, uma ideia que a Safe considera inviável.
A análise das mudanças nas reservas mostra que a China começou a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e explorar ativos de maior rendimento, como títulos de agências e private equity.
A Safe adotou uma abordagem "tengnuo" (manobra ágil), buscando equilíbrio entre risco, retorno e liquidez. Em resposta a novas tarifas impostas por Trump, as preocupações sobre confrontos financeiros aumentaram.
Os ativos em dólar da China, que representaram 60% de suas reservas entre 2014 e 2018, também foram afetados por tensões políticas, levando a uma busca por alternativas não dolarizadas.
Além de diversificar em ouro—que agora responde por 6% das reservas—, a China estuda aumentar suas participações em dívida soberana de outras economias avançadas.
Em suma, a China está reavaliando seu portfólio para mitigar riscos e considerar alternativas fora da influência dos EUA, mas a transição deve ser gradual devido à magnitude de suas atuais participações.